quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Trânsito é inteligência e educação.



Por Juliana Ramiro


Meu blog normalmente tem um tom mais romântico, apaixonado... Desta vez senti necessidade de mudar um pouco o foco. Vou falar de amor, no entanto, do amor ao próximo. Amor fruto da educação, dos valores que fomos imersos quando crianças e jovens. Não é a primeira vez que leio “avatares” nas redes sociais criticando agentes de trânsito que se escondem para multar por excesso de velocidade, “metendo pau” na Lei Seca, comparando ela com a impunidade de um assassino. Frases como: “O cara bebe e é tratado como criminoso; o cara mata e consegue fugir” são recorrentes, revelando, no fim, um quadro de plena inversão de valores.

Enquanto trabalhei como instrutora de aspirantes a motorista, tentei, nos nove dias de aulas teóricas as quais são submetidos, passar para eles que o trânsito é construído por cada um. Enfiar a chave na ignição, acionar a mistura COMBUSTÍVEL + FAISCA + AR, engatar a primeira marcha e arrancar com o carro não são ações meramente químicas, motoras e mecânicas. Ingressando neste processo, o cidadão passa a ser responsável por todas as vidas que cruzarem sua frente, lados e costas.

O problema do trânsito está na dificuldade do ser humano de criticar o próprio umbigo. Olhar todo mundo olha. Agora, apontar, criticar, revolucionar é bem mais complicado. A maioria dos condutores quando recebe uma multa em casa logo pensa: “Quem foi o filho da “mãe” que me pegou, na certa ele estava escondido, como não o vi, vou recorrer, deve ter algo errado.” Dá para contar nos dedos quem recebe a multa e pensa: “Preciso avaliar minhas atitudes no trânsito, dessa vez minha imprudência só resultou numa multa, mas podia ter sido uma vida.”

Pagar quase mil reais de multa por ser pego dirigindo bêbado é muito caro? Você conseguiria pensar em quanto custa a vida das pessoas que ama? Mil reais será que paga a vida de um ser humano inocente? Ou será que sustenta a família que ficou sem sua principal fonte de renda e ainda vai ter que bancar infinitos remédios e tratamentos para manter um aleijado fruto da irresponsabilidade alheia?

Quem muito se preocupa com agente de trânsito escondido, o alto valor da multa por teor de álcool no sangue e tantos outros temas que rolar pela web, é porque está deixando de se preocupar com o principal. Se eu andar na velocidade permitia faz diferença se o agente está presente, escondido ou não? Se eu não dirigir bêbado faz diferença o valor da multa? Quem nunca cometeu uma infração de trânsito que atire a primeira pedra. Errar é humano, ser responsável pelo risco que expôs a si e aos outros é ser cidadão. Não persistir no erro é papel de todo cidadão consciente e educado.


VÍDEO QUE MOSTRAVA PARA MEUS ALUNOS

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Da boa educação...





Por Juliana Ramiro


O tal post do final do ano, neste ano, saiu um pouco atrasado, mas no momento certo. Antes de pegar a estrada e passar quatro dias maravilhosos com minha mãe e amigos estava mais preocupada em arrumar as malas e programar a melhor maneira de aproveitar o feriado do que fazer o balanço daquilo que o tempo deixou no passado. Já em casa, de volta ao trabalho e a rotina, sigo com algumas coisas que vivi nesses 4 dias indo e vindo na minha cabeça. Tais pensamentos me ajudaram a selecionar os pontos de partida daquilo que quero falar sobre 2011.

Amizade. Crescimento. Família.

Falando de amigos, posso dizer que foi um ano bem interessante. Conheci pessoas ótimas, renovei laços, refiz laços e me livrei de falsos amigos. Sigo com saudade dos que estão longe, e saudade dos que optaram por estar longe mesmo perto. Pensando nessas relações todas, já consigo perceber o meu crescimento. Perdoar um amigo e deixá-lo seguir suas escolhas, tendo plena certeza que aquela está longe de ser sua melhor opção de caminho eram atitudes que jamais imaginei ser capaz de ter, mas tive. Isso ainda me custa um pouco. Meu lado protetor grita frente ao erro e ao perigo. Fico com as pernas trêmulas, o coração apertado, triste, sem saber exatamente como me comportar.

Falando mais um pouco do meu crescimento, para os que acreditam em horóscopo, estou cada vez mais meu ascendente, o peixe. Meu sangue não ferve tanto, não tenho mais tanta necessidade de ser o rei da selva, não espero mais tanto das pessoas, desisti de esperar sempre uma recompensa e que os outros sejam tão firmes como eu. Acho que com os anos estou ganhando peso, cabelos brancos e um novo jogo de cintura. A repetição da palavra “tanto” e suas variações indica que ainda preciso evoluir mais.

Por fim, falando da minha família, quero agradecer pelo amor mas, acima de tudo, pela educação que tive. Hoje li um matéria que falava de um pai que, antes de morrer, entre várias iniciativas, escreveu uma carta para os filhos, com 28 lições de vida. De lá, destaco duas:

Evite rebaixar alguém para outra pessoa; isso só vai fazer você ser visto como mau. Se você tiver um problema com alguém, diga a ela pessoalmente. Suspenda fogo! Se alguém importuná-lo, não reaja imediatamente. Uma vez que você disse alguma coisa, não pode mais retirá-la, e a maioria das pessoas merece uma segunda chance.

Seja cortês, pontual, sempre diga “por favor” e “obrigado”, e tenha certeza de usar o garfo e a faca de maneira correta. Os outros decidem como tratá-los de acordo com as suas maneiras.

Como isso falta para as pessoas. Como tem gente que se sente menos e precisa avacalhar com os outros para se sobressair. Como tem gente rude, mal educada, que pensa que “é bonito ser feio” e que o mundo tem que agüentar porque “esse é o meu jeito”. Como tem gente sem noção, que não aprendeu nem a ser um bom vencedor, que dirá um bom perdedor. Para mim, isso tudo vem de casa e do quanto uma pessoa é capaz de crescer em cima da reflexão de uma lição. Então, agradeço aos meus pais por todas as lições dadas e ao meu cérebro e suas capacidades de entender tais ensinamentos e, de forma toda especial, pela sua capacidade de mandar-me respirar ao invés de falar.

Fecho esse post dizendo que minha frase para 2012 será:

Aprenda com quem tem mais, doe para quem tem menos.