quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

E, só por hoje, o resto é o resto


Por Juliana Ramiro

Sempre fui uma aluna problema, não por ter notas ruins ou por ser malvada, brigona, mas por ser inquieta e questionadora. Fazer com que eu passasse a tarde inteira pintando um elefante nunca foi tarefa fácil. Sempre dava um jeito de dar o meu toque artístico e terminar a indigesta atividade em 5 minutos, afinal, mesmo quando se é criança, a vida segue sendo curta.

Essas são as minhas palavras de ordem - a vida é curta para perder tempo. Isso incomoda, tanto a mim como aqueles que convivem comigo e não caminham com a mesma agilidade. Hoje sou uma pessoa problema.

Uma pessoa problema do tipo que se destaca. Sou leonina, valorizo meu ego e cuido da minha juba desalinhada, mas não é daqui que vem o reconhecimento verdadeiro, sei disso. Ganho destaque por ser uma eterna inconformada. Sou a algoz do meu próprio descanso e sempre acho que cabe um pouco mais de conhecimento e trabalho. A eterna busca por "sei lá bem o que" amplia minha inimizade com a balança e as vezes que preciso visitar médicos variados.

"A dor e a delícia de ser o que é" é, sem dúvida, uma frase pronta que explica muito coisa e faz todo sentido pra mim. Hoje, ao atualizar meu perfil no Linkedin, veio-me na boca um gosto delicioso de ser quem eu sou.

E, só por hoje, o resto é o resto. Obrigada diretora Ângela Guimarães por me servir esta doce sobremesa.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A curta história do amor que transbordou

Por Juliana Ramiro

O dia não era belo, mas me trouxe tantas coisas belas que passou a ser. Assim, um belo dia passei a ter um par de grandes olhos, de um preto-branco vivo, olhando para dentro de mim. Não eram meus, mas acabaram como. Também já não eram mais teus, mas não brigamos por posse.

Brigamos por muitas outras coisas, que apontavam para uma mesma - caber. E a gente foi se 'cabendo' até não caber mais. E tudo que não cabe transborda e transbordou.

E hoje a gente vive transbordando desse 'nosso jeito nosso' de sentir amor.


                  "Você me achava meio esquisita
                        E eu te achava tão chata"