terça-feira, 29 de junho de 2010

Tudo mais que certo



Juliana Ramiro (29/06/10)

Hoje, escrevo no meu blog para falar de um momento, aquele momento em que tudo parece dar mais que certo. Aquele momento em que a gente consegue organizar a vida, conquistar mais um emprego, ganhar uma geladeira novíssima, um aumento para concluir a faculdade e, ainda receber a notícias de que uma grande amiga está voltando de viagem para se formar junto, e um amigão está indo viajar porque passou no concurso que tanto queria.
Eu nunca acreditei muito em boas e más vibrações, nunca me achei sensível o bastante para identificar e selecionar estas vibrações num ambiente ou nas minhas companhias. Passei quase um semestre achando que estava tudo bem. E só agora consigo perceber que podia estar tudo muito melhor.
Sair com as pessoas certas, nos melhores ambientes, selecionar as tais vibrações, além de atrair a paz, a calmaria, atrai todas as coisas boas que não conseguiam chegar até mim, porque estavam bloqueadas por tanta negatividade. Quando falo em melhores ambientes não me refiro aos mais caros e sim aos bem frequentados.
Hoje, percebo que conviver com pessoas de sucesso atrai sucesso. Conviver com pessoas de valores incontestáveis é garantia de uma amizade sincera e duradoura. Agora, vejo com muita clareza que estar em bons ambientes e em ótima companhia atraiu tudo que conquistei em tão pouco tempo.
Esta postagem é para agradecer a todos os VERDADEIROS que estiveram do meu lado, pelas suas vibrações inconscientes e conscientes. Agradecer aos meus olhos que conseguiram olhar para OUTRA DIREÇÃO. E agradecer a vida, que dá o melhor para quem realmente MERECE.
FELICIDADE A TODOS OS MEUS!

terça-feira, 22 de junho de 2010

O Itororó faz parte da minha vida


Juliana Ramiro (junho/2008)


O Itororó faz parte da minha vida e, humildemente, posso dizer que minha existência contribuiu para a escola ser o que é hoje. As primeiras recordações que tenham são de quando eu tinha de três para quatro anos. Hoje, tenho quase 20. O prédio da escola era verde claro, o pátio de areia e a cerca de madeiras caídas.
Lembro que tinha uma horta no fundo do pátio, e alguns pés de bananeira. Tão plantadas na escola quanto os legumes da horta, Cilene Ramiro e Loiva Maria dos Santos, com a sineta em punho, coordenavam a entrada dos alunos.
Eu adorava a tal sineta. Ela ainda existe e é usada. Pensando agora, quantos dias fui para o Itororó, por que não tinha com quem ficar em casa, e me comportava bem em troca de alguns minutos chacoalhando a sineta da tia Loiva.
O Itororó, desde muito, é a segunda casa da minha mãe, Cilene. Por isso, acabei ganhando alguns tios e tias. Lá, coisa que não vi nas outras escolas que estudei, as pessoas são tratadas de maneira muito especial. O envolvimento de quem trabalha é além das 40, 20 horas estipuladas pelo Estado. Aquele papo de que no futuro não vão mais existir professores e escolas tradicionais, que será tudo pelo computador, parece-me absurdamente impróprio se tratando do Itororó. O bairro Ermo, a Vila Chega Mais ganham muito com a escola, que hoje já tem mais salas de aula, mais cimento do que areia, uma tela envolvendo o terreno e até a arte do grafite. Desconheço a existência de outra escola com tantos projetos envolvendo pais, alunos e professores.
Quando digo que faço parte da escola é por que passei minha vida toda andando por aqueles corredores. De início eu comia a merenda, entregava os bilhetes mimeografados. Depois, com o passo dos anos, fui vestindo mais a camisa. Fui professora voluntária de violão, montei grupo de canto, virei fotógrafa oficial, e, nas últimas formaturas, até arrisquei umas palavras como mestre de cerimônia. Mais, certamente, o que fiz de maior para o Itororó, foi entender e aceitar o envolvimento da minha mãe com as causas da escola. E, principalmente, entender que além do Rafael, eu tinha mais um bocado de irmãos que precisavam de muita atenção. Com a escola aprendi a dividir. Dividir a atenção da minha mãe, dividir meu tempo, achando horários para ajudar o Itororó.

I can't take my eyes off you



1- DISPARA O VÍDEO
2- COMEÇA A LER O TEXTO


Juliana Ramiro (22-06/10)

Hoje, ouvindo a música “The Blower’s Daughter”, de Damien Rice, tive uma vontade imensa de voltar a sentir algo que senti no passado. Não sei se para todo mundo é assim, mas o cantor, em cada palavra dita, traz-me um desespero apaixonado.
Um sentimento desses tão grandes que a gente não come, não trabalha, não faz nada direito só pensando na dona ou dono deste sentimento.
Um sentimento que a gente passa 24 horas lembrando dos pedacinhos daquela pessoa, de todos os detalhes, e vai despedaçando e compondo ela na cabeça.
Um sentimento que faz a gente precisar daquela pessoa como precisa de água, como precisa de ar, até muito mais do que a gente precisa dessas coisas.
Sentimento que faz a gente chorar de rir, chorar de saudade e chorar de chorar, porque nem tudo tem explicação, a gente fica emotivo e ponto.
Sentimento que nos faz escrever, e rabiscar num papel, e achar que nenhum escrito é bom o bastante para mandar, mas a gente manda mesmo assim, porque sente a necessidade de lembrar para aquela pessoa que a gente não se esquece dela por um segundo se quer, e que a gente tem medo de ser esquecido.
Um sentimento que nos faz correr para levantar da cama, e correr para o trabalho, e correr pela rua, até poder correr para os braços daquela pessoa de novo. A gente corre porque parece que o tempo tá correndo junto.
Um sentimento que nos faz perder a hora, perder a fórmula de como se respira, perder o tino, perder o prumo, perder-se num simples olhar.
Um sentimento que nos faz cantar no chuveiro, cantar no trabalho, cantar no carro, na rua, na frente do prédio daquela pessoa.
Sentimento que nos faz jogar tudo para o alto, mas nunca jogar o mais importante.
Sentimento que nos faz ouvir uma manhã inteira “The Blower’s Daughter” para ter um pedacinho dele de volta.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Tu...


Juliana Ramiro

Ainda pensas em mim?
Ainda achas que a gente não é pra agora?
Ainda julgas ser menos que eu?
Ainda indecisa?
Ainda analisas outras propostas?
Ainda em outro país?
Ainda com o mesmo sorriso?
Ainda com o mesmo gosto?
Ainda com a mesma cor?
Ainda com o mesmo cheiro?
Ainda com a mesma voz?
Ainda com os mesmos planos?
Ainda lembras dos nossos planos?
Ainda ligas com freqüência pra casa?
Ainda reclamas do próprio corpo?
Ainda usas aquele anel no dedo?

Eu ainda guardo teu anel comigo.
E ainda penso em ti.
E ainda preciso te ver.
E ainda te espero.

Os versos mais tristes


Juliana Ramiro (06/07/06)

Esses são os versos mais tristes que já escrevi
Do amor mais profundo que vivi
Do pesar mais difícil
Da solidão mais nostálgica
Da morte mais lenta

Esses são os versos mais tristes que já escrevi
Da abstração mais repugnante
Do sorriso mais imediato
Do sonho mais sonhado
Do coração mais destruído

Esses são os versos mais tristes que escrevi
Da canção que embala o nada
Da vibração que em pouco se acaba
Da eternidade que vira pó
Do sofrimento de um ser só

terça-feira, 15 de junho de 2010

Depois do você


Por Juliana Ramiro (01/08/06)

Depois de você as músicas me irritam
As palavras me cortam
As ruas andam maiores
Os prédios mais pesados
A cidade é o tédio

Depois de amar você as poesias não existem
Não há lugar mais triste do que eu
Depois de amar você nada é suportável
As paredes se tingiram de preto
O coração queima, arde, grita

Depois de ter você tudo parece mentira
Nada me atrai os olhos
Meu violão anda mudo
A cama é o lugar mais detestável
Depois de ter você eu vivo no escuro

terça-feira, 1 de junho de 2010

Não serei!


Juliana Ramiro (14/04/05)

Não serei como Marília
Que o tempo o amor desgastou
Estarei sempre na vigia
A espera ao que do amado restou

Não serei como Leonor de Mendonça
Que de amor morreu
Não acredito nesta grande mudança
Para um coração “ateu”

Não serei como Branca de Neve
Que dormia a espera do beijo
Certamente buscarei o que serve
Para contentar-me o desejo

Não serei como Capitu
Que dúvidas de fidelidade deixou
Dou-te a certeza que no coração
Terás sempre o lugar que habitou

O tempo consome a carne
Consome a externa riqueza
Se prometer me amar
Prometo te manter minha maior beleza

Não serei como muitas
Que das várias promessas só ficou o pó
Serei como poucas
Que pouco prometem, mas prometem a um só