quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Meu plano....



Por Juliana Ramiro


    Vira e mexe eu acho essa música nos meus guardados, e ela sempre balança comigo. A versão da Myllena ficou ótima. Arriscaria dizer que ela conseguiu deixar a canção melhor – para o meu gosto, claro.
    A música já me fez pensar muito e de muitas formas. Desta vez, mais precisamente hoje pela manhã, fiz-me a seguinte indagação: até que ponto vale a pena ter um plano? Tudo na minha vida tem ou teve um mega plano. Um plano de ação, de palavras, de tempo, de espaço - como diz a velha frase: tudo friamente calculado.
    E pra que? Pra vida me dar uma bela rasteira e me enviar um tweet, com MENOS de 140 caracteres dizendo: você pode planejar o quanto quiser, mas sou eu que te levo. #toma
    Brincadeiras a parte, quanto tempo a gente perde planejando? Ou a gente planeja tanto que nem dá tempo de executar. Ou, pior, a gente planeja, planeja, planeja e quando um pequeno detalhe nos escapa, achamos que a operação entrou pelo cano.
    Depois de muito tempo, a lição que tiro de todos os meus planos é que planejar dói. E eu sempre pensei que sofria quem não tinha um plano, quem tava perdido, arrastado pela maré das circunstâncias. Hoje, acho que os meus perdidos do passado são os que realmente entenderam o recado da vida e se preocupam apenas em viver o que ela lhes oferece. E agora a perdida sou eu, que fico tentando lutar contra algo que nem sei dizer ao certo o que é. Destino? Vida? Tempo? Razão? Caminho? Ordem? Desordem? Divino?

“Mesmo sem sentido ,sem motivo, sem qurer
Andei fazendo planos pra você
Pra você eu faço tudo e um pouco mais
Pra você ficar comigo e ninguém mais
Largo os compromissos
Deixo tudo ao lado
Você tenta em vão me convencer
Que é melhor não fazer planos pra você”


    Em vão? Não mais. A partir de hoje meu plano vai ser não planejar tanto e viver. Tô com sede de vida e excesso de papeis rabiscados que, agora, depois da tal resteira, não servem pra mais nada.
    Eu sei que mudar um comportamento é tão difícil como abandonar a sua origem, os detalhes de onde se veio. Mudar o que se tinha como o caminho correto é tão assustador como quando a gente tem medo e alguém nos olha nos olhos e diz: pula e confia. A idéia é tentar, ao menos chegar até o momento do pulo.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Teu nome...




Por Juliana Ramiro



Me olha
Me deixa
Me devora
Me gela

Te esquento
Te pego
Te ligo
Te beijo

Me usa
Me toca
Me enrosca
Me espera

Te olho
Te roubo
Te devoro
Te quero

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Quando eu vou parar pra ser feliz...



Por Juliana Ramiro


   Faz tempo que não escrevo nada aqui, mas não encarem isso como um abandono, foi um encontro, comigo. Na teoria eu sempre soube que o mundo gira e a nossa vida junto. Na prática, essas voltas ainda me deixam tonta.
   Eu só consigo escrever no blog quando tenho algo a dizer e eu tinha, mas não soube dar uma cara pro que tava sentindo, porque tava sentindo demais. Não tinha algo para dizer, eu tinha muito.
   Hoje, passeando pelos vídeos da Ana Carolina, acabei ouvindo Eu Não Paro. A música é linda e andava afastada do meu playlist por falta de identificação minha com ela. Eis que o bom filho a casa torna, não é isso?
   Eu achava que tava bem, que tava sendo feliz, que tava no caminho certo, que tinha tudo que precisava. Achava. Agora já acho que não.

“Quando eu vou parar e olhar pra mim?
  Ficar de fora
  E olhar por dentro
  Se eu não consigo
  Organizar minhas idéias
  Se eu não posso
  Se eu esqueço de mim?
  Eu pensei que fosse forte
  Mas eu não sou
  Quando eu vou parar pra ser feliz?
  Que hora?
  Se não dá tempo
  Se eu não me encontro
  Nos lugares onde eu ando
  Nem me conheço
  Viro o avesso de mim
  Se eu não sei o que é sonhar
  Faz tanto tempo
  Tanto mar
  E o meu lugar
  É aqui!
  Uma rua atravessada em meu caminho
  Nos meus olhos
  Mil faróis
  Preciso aprender a andar sozinho
  Pra ouvir minha própria voz
  Quem sabe assim
  Eu paro pra pensar em mim?”
 

    Não consigo escolher apenas um trecho desta linda canção, porque toda a música faz TOTAL sentido pra mim. Ainda não sei olhar pra dentro, minhas idéias seguem na mesma bagunça de sempre, ainda penso muito nos outros e viro o avesso de mim, contudo, agora eu consigo perceber que tem algo errado nisso e que preciso me encontrar. Sem medo, sem medidas, sem receios. E quem sabe esse encontro não seja no mar? Mais um sonho a se tornar real, ou a deixar de ser sonhado.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Eu trocaria a eternidade para tocar apenas uma vez em você...

Por Juliana Ramiro


Existem filmes que a gente assiste no mínimo uma vez por ano, são roteiros obrigatórios. Há quem ache perda de tempo ver a mesma coisa, eu não. Acho que o filme é o mesmo, mas os olhos que o assistem agora têm mais do que tinham antes, a cabeça também, e isso tudo traz outra concepção, nem melhor, nem pior, apenas outra.

Essa semana foi a vez de rever Cidade dos Anjos. Esse filme sempre me abala. Sofro pensando que os protagonistas não vão aproveitar o sentimento que carregam, o sentimento que deu a vida humana a um deles. Amor, paixão, carinho. Emociono-me de pensar que muita gente daria tudo para ter o que eles conseguiram. Algo forte, de verdade, e, os dois recebem essa graça e não tem tempo de usar, não o tempo que gostariam. Como a vida é cruel na maioria das vezes.

Lembro que quando era mais nova, tinha medo de que a cena se repetisse na minha vida, que eu perdesse o meu verdadeiro amor para o destino. Hoje, isso já nem é tão importante assim.

Atualmente, o que martela na minha cabeça, é a questão tema do filme: você trocaria a eternidade para tocar apenas uma vez em alguém? Valeria a pena? Sim. Sou daquele tipo de pessoa que é incapaz de ficar num estado cômodo, pesando os prós e contras das suas atitudes, pensando se mudar realmente valeria a pena. Pra mim, tudo sempre vale. Um sentimento novo, um perfume novo, um brinquedo novo, o novo vira e mexe torna-se vital pra mim.

Tem dias que perco o sono viajando nessa minha necessidade, pensando que nunca vou estar plenamente feliz com nada, porque sempre há de vir uma novidade. A vida é sempre uma surpresa, grata ou não. Será que alguém é plenamente feliz? Ou o que existe é gente que se acomodou com o que tem, mesmo que isso seja pouco ou insuficiente? Não sei.

Hoje, uma amiga me disse: - eu parei de sofrer por não ser uma pessoa de ações e sentimentos estáveis. E disse mais: - acho que tu devias parar de sofrer também, a vida é muito curta pra gente ficar preso no que julgamos o mais correto.

A grande questão é:

Você trocaria a eternidade para tocar apenas uma vez em alguém ou viveria a eternidade imaginando como poderia ter sido?

A vida abre os caminhos. A gente faz as trilhas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Aperto nosso ponto final...

Por Juliana Ramiro


Ele pula e tremo
Ele aperta e como meus dedos
Ele grita e sigo teus passos
Ele desespera e escrevo


Ele relaxa e chego a ficar bem
Ele mexe e a calmaria se vai
Ele fala e a cabeça se esvai
Ele retorce e penso em ir atrás

Ele cresce e já não consigo compor
Ele encolhe e a dor parece pior
Ele me escapa e não consigo falar
Ele te procura e meus olhos ao cais

Ele transborda e não sou mais racional
Ele chora e volto a tremer
Ele soluça e escrevo um pouco mais
Ele pára e aperto nosso ponto final

(Ouvindo a música Telhados de Paris - versão do Nenhum de Nós)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eu podia te esquecer...



Por Juliana Ramiro



Eu podia te esquecer
E até saberia como fazer
E por onde começar
Eu começaria por aquilo que nem conheço
Pelas fotos que não tiramos
Pelas luzes que não apagamos
Pelo que tocaria no rádio
E os nossos falsetes


Eu podia te esquecer
E até saberia como fazer
O segundo passo seria o que já conheci
A tua voz aguda e angelical
A paz e o fogo que me traz
A angústia e a raiva
O teu frio e o meu fogo
Ou o teu fogo e o meu


Eu podia te esquecer
E até saberia como fazer
O terceiro passo seria apagar os teus detalhes
Não sentir o macio do teu cabelo
Nem o salgado do teu corpo
Nem o doce dos teus olhos
Ou o amargo deles

Eu podia te esquecer
E até saberia como fazer
Mas eu não quero.
Não quero.

(Poesia inspirada na música Pra Te Lembrar - Nei Lisboa)