segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Perdi a inscrição para o meu primeiro concurso público

  



Por Juliana Ramiro

Título nada criativo, eu sei. E a verdade é que nem eu leria com vontade nada que tivesse concurso público e inscrição no título. Palavrinhas que não me enchem os olhos. No entanto, se você chegou até aqui, dê-me a chance de mudar sua impressão sobre o que virá a seguir.

Tenho aversão a concurso público. E não, não sou uma pessoa frustrada por não ter passado – nunca me inscrevi. (Já surpreendi?) Também não tenho amigos que perderam a vida estudando para o grande concurso... e nada. Meus amigos que curtem essa brincadeira, todos eles, já estão empregados.

Tenho aversão a concurso público, assim como tenho dificuldade de lidar com oito horas diárias, bater ponto, crachá, cabelo com gel, óculos sem armação, terno e gravata para vender seguro de vida.

Não sou da anarquia. Sou do tipo que prefere trabalhar a noite, mas que chega sempre no horário, nunca atrasei um ponto. Trabalhar com roupa leve facilita a minha boa vontade, fecha o cerco da má, e me dá muita vontade para encarar 8, 12, 24h de trabalho para realmente entregar um bom trabalho. Porém, se manda o figurino, eu sigo. Mesmo sendo contrária a tantas convenções profissionais, que dizem muito para os de fora, e pouco para o próprio trabalho, entro no sistema e me adapto facilmente.

Mas o que gosto mesmo é encher a boca dizendo que trabalho demais, que ando sempre com pressa, que me falta tempo, que não tenho os equipamentos necessários, que vivo numa loucura. Isso tudo me faz avançar, querer mais, querer me superar.

Quem não gostaria da estabilidade de um concurso público? Claro que gostaria, contudo, isso significaria para mim estabilidade financeira e instabilidade criativa. Depressão criativa, para ser mais sincera. As coisas mais “likeadas” que criei foram as que construí aos 45 min do segundo tempo, quando todos duvidavam, porém, já se preparavam para aplaudir.

Do outro lado da realização profissional estão os relatos que ouço dos aprovados em concursos públicos. A história é animadora - do período de estudos ao listão do resultado. E só. Do trabalho mesmo, nunca ouvi relato que não acabassem em inúmeras expectativas indo pelo ralo.

Perdi a inscrição para o meu primeiro concurso público. Que bom. Sinceramente, não me sinto preparada para abdicar da paixão que tenha pela minha profissão, e encarar tarefas públicas e administrativas.

Eu não nasci para isso.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Desabafo em mais um dia de chuva em Porto Alegre

Av. Nilópolis, por Samuel Almeida - Imagem divulgada na fanpage oficial da Rádio Gaúcha

MATÉRIA:

DESABAFO:
O problema não são as vias, nem a falta de estrutura, são as pessoas. Afinal, elas se vitimam quando se arriscam saindo de casa, segundo diretor-presidente da EPTC. De acordo com Juliana Ramiro, nas urnas, essas mesmas pessoas vitimam seus conterrâneos, trocando votos pela SUA rua asfaltada. Desejo, profundamente, que o egoismo tão bem asfaltado dessa gente, um dia, não ponha mais em risco as estruturas da cidade de Porto Alegre, e que possamos ter obras eficientes, que beneficiem a todos. Chega de operação TAPA BURACO. #CAOSEMPOA