sábado, 22 de outubro de 2011

Não é fácil viver sem te ter.



Por Juliana Ramiro

Antes de desenvolver o assunto que escolhi para este post, aí vão alguns dados. Fui criada numa família religiosa. Seguimos, a grande maioria, o Evangelho Quadrangular. Somos orientados pela Bíblia e tiramos dela mensagens importantes, que tocam nossos corações. Não somos cegos, não somos massa, usamos a religião para nos sentirmos acolhidos, mais perto do pai.

É engraçado, sempre que digo que vou à igreja as pessoas me olham com uma cara de dúvida. Tu?!?! Sim. Eu. Hoje, parece que ter religião é careta, cafona, coisa de gente sem instrução. Acho que por isso estranham minha escolha. Não me considero careta, tenho tatuagens, piercing, um cabelo esquisito, falo sobre tudo, saio com meus amigos, faço festas, viagens, estou terminando a faculdade e tenho mais um monte de cursos no currículo. Pode-se dizer que sou uma “adolescente-adulta” normal. Não é falta de instrução, é uma necessidade.

Ter uma religião para mim, ir à igreja, é, no meio de toda correria de uma semana, reservar um momento para olhar para dentro. Infelizmente, sozinha, longe da igreja, esse momento acaba sempre ficando para depois. O culto é uma forma de me comprometer comigo. Olhar para dentro não é fácil. Muitas vezes, a gente prefere errar e, olhando para fora, culpar o outro das nossas próprias falhas.

Com tanta violência, mentira, agressão, violação lá fora, nesse mundo doido que vivemos, é olhando para dentro e um pouco para cima, que busco as energias necessárias para seguir, para traçar meu caminho. Alguns caminham sozinhos, cheio de si, de razão. Faço isso, mas preciso sentir que alguém olha meus passos, que alguém, algo, algo maior que eu, que tudo, caminha ao meu lado.

Logo que me mudei para Porto Alegre, a correria foi tanta que acabei caminhando do jeito que dava. Posso dizer que não cometi tantos erros, essa força superior, que eu chamo de pai, seguiu ao meu lado, mas faltava que eu estivesse ao lado dela. A religião para mim é como uma família, a gente não precisa morar junto, morar perto, mas a gente precisa regar o laço, renovar o laço.

Hoje, de volta, vendo a minha vida mais animada, mais positiva, mais no rumo que gostaria que ela estivesse, vejo que falta estar longe me fez.

“Se às vezes me escondo, em você me acho
Nem dá pra disfarçar Preciso dizer: 
você faz muita falta Não há como explicar...
Foi sem você que eu pude entender

Que não é fácil viver sem te ter

Meu coração me diz que não
Eu não consigo viver sem você”

domingo, 2 de outubro de 2011

Eu nunca amei alguém como eu te amei.


Por Juliana Ramiro

Virei noveleira. E a parte boa disso é que estou conhecendo muitas músicas novas, renovando minha playlist. Não sei se já escrevi isso aqui, mas as canções têm um espaço todo especial na minha vida. Elas, como numa novela, são a trilha sonora que embala meus dias. São elas as responsáveis por me fazer chorar num momento triste, chorar num momento feliz. As músicas me inspiram e, para começar a escrever esse post, já ouvi cinco vezes a mesma canção. Originalmente cantada por Roberto Carlos, “EU NUNCA AMEI ALGUÉM COMO EU TE AMEI”, na voz de Ivete Sangalo, é que lubrifica meus olhos nesta noite de domingo.

“Sorrisos e palavras são tão fáceis
Escondem a saudade que ficou
Mas acho que cansei dos meus disfarces
Quem olha nos meus olhos
Vê que nada terminou”


E quem olhar nos meus olhos ainda por muito tempo, hoje arriscaria dizer que para o resto da vida, verá que para mim não terminou. Onde foi parar o nosso encaixe perfeito? Por que é tão difícil admitir que o nosso amor é forte o bastante para nos fazer mudar tudo, para nos fazer querer ser uma pessoa perfeita. Ok, não existe alguém perfeitamente pronto para outro alguém e isso nem teria graça. Mas o amor tem desses devaneios, tentar ser perfeito para quem amamos pode parecer loucura, na minha cabeça é nobre.

Aprender com o erro. Repetir o acerto. Multiplicar os acertos. Surpreender sempre. Acolher. A palavra de ordem deve ser compreensão, não discussão. De uns tempos para cá aprendi que um relacionamento não pode ser um jogo de forças opostas, como num cabo de guerra. As forças precisam mirar a mesma direção, almejar o centro, o ponto que une, o elo, o meio, o interior, o amor.

Parece pouco e fácil brigar uma vez por semana, quatro brigas no mês. Difícil é reconhecer o erro, pedir desculpas, perceber o todo, deixando de lado o próprio umbigo. Usar o argumento certo na hora certa, sem jogo, sem ameaça. Reconhecer em si alguém que pode fazer uma pessoa feliz. E aceitar no outro essa mesma capacidade. E para que tudo dê certo, para que nunca precise ser o fim, aceitar que a felicidade está diante dos olhos, ao alcance das mãos.


“Há coisas que o tempo não desfaz
Há coisas que a vida pede mais
Se ainda estou tentando me afastar
Meu coração só pensa em voltar”



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