terça-feira, 24 de julho de 2012

Alguém lindamente imperfeito como você





Por Juliana Ramiro

Assisti ao vídeo e foi impossível não lembrar de ti. Nunca fui alguém que admitisse imperfeições nas pessoas e sempre sofri severas críticas por isso. Não sei se estou mais madura ou finalmente encontrei alguém imperfeito, perfeito pra mim.

Amo teu jeito preguiçoso. E a forma como implica comigo. E a dificuldade de aceitar que perde para mim. Amo quando não deixa que te ajude. Quando reclama do meu jeito delicado, e da minha versão mais rude. Amo quando qualquer programa nosso precisa começar com um banho teu. Quando há duas quadras do objetivo final resolve que precisas de um táxi. Amo tua rotina e a cara de desconfiada que fazes quando te tiro dela. Amo quando me contraria só para se fazer mais especial. Amo teu corpo. Amo teus cabelos pela minha casa. Tuas moedas pelo chão. Amo andar pelos lugares apagando as luzes por onde passas. Amo ajeitar a sala e reclamar da tua bagunça. Amo pegar a caixa de ferramentas e destruir alguma coisa contigo. Amo a forma como sempre participas dos meus programas. Amo teu jeito velho e tuas crises adolescentes. Amo quando tuas desculpas são esfarrapas. E quando procura meus lábios para que desista dos meus argumentos. Amo quando reclamas do meu cabelo, e me empresta roupas para sair no frio. Amo quando toda manhã tu veste a mesma jaqueta e sempre desiste de sair com ela. Amo o barulho do secador. Amo o teu “bom dia”. Amo a cinza do cigarro equilibrada entre teus dedos. Amo o jeito que fumas, da respiração mais funda àquela que expele a fumaça. Amo teu jeito friorento. Amo tuas mãos geladas. E tuas idéias furadas. Amo quando resmunga coisas que nem consigo entender. Amo quando bagunça meu cabelo. Amo quando veste listras com xadrez. Amo quando digo que vou embora e tu me deixas com as menores sacolas. Amo ter meu violão na tua casa. Amo nossos duetos. Amo nossas orgias gastronômicas e a tua tosse.

Hoje já não me imagino sem tuas perfeições e imperfeições. Hoje eu daria qualquer coisa para conseguir te manter sempre ao meu lado. Hoje eu dou valor para tuas pequenas imperfeições, que são perfeitas para mim. Hoje eu espero que todos encontrem na vida alguém tão lindamente imperfeito como encontrei.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Todas as cartas de amor são ridículas E DAÍ?




Por Juliana Ramiro

Ela é um parque de diversões. Uma "jovem-senhora" cheia de detalhes, cores, alegrias, medos, pessoas, histórias, muitas histórias. Tenta ser prosa, reta, correta, completa e suficiente em si, sem margem para divagações, mas acaba sendo sempre, para mim, muito mais verso.


Daqueles versos que nunca acabam em si, que cada um leva um pouco consigo, uma interpretação própria. Daquelas poesias que se pode ler todos os dias e que sempre vai se ter algo novo, alguma mensagem. Daqueles versos que sempre te emocionam de um jeito diferente, e diferentemente bom. Ela seria meu livro de cabeceira, durante anos, para não dizer pela vida toda.


Falar dela e não falar da sua agenda é um pecado. Tudo está lá, até o que foge dos planos. Dona da arte de dizer, dizer e não dizer nada e, no estante seguinte, contar uma história numa única frase, ela é felicidade garantida. E garantida porque sabe perceber o outro, sabe agradar, respeitar, pegar no colo, puxar a orelha, dividir o peso, dividir um domingo, uma cama, uma semana, uma vida.


Só posso terminar minha descrição dela, dizendo da minha felicidade de ter alguém assim na minha vida.


Todas as cartas de amor são ridículas E DAÍ?