sábado, 20 de abril de 2013

O poeta, o sapo e o prato do dia



O Centro - na região da Demétrio, da Fernando Machado e da Borges de Medeiros é o MELHOR lugar para se viver em Porto Alegre. Aqui as pessoas ainda gostam uma das outras, ainda existe bom humor, companheirismo e serviço de qualidade com preço justo. Hoje, tive mais algumas provas disso. Perdi minha chave e o chaveiro foi muito atencioso, deixou a banquinha e foi ajudar na mesma hora. Não tive que agendar visita, e ele ainda deixou que pagasse depois, coisa de cidade do interior - "passa lá na banca e acerta". Quando passei para acertar, vi três livros escorados no vidro da banca, eles eram do mesmo autor - Edison da Silva Boeira. Gostei tanto do atendimento ali, que pedi um cartão para ligar quando necessário e recomendar o serviço. Tive uma surpresa. O nome impresso no cartão era o mesmo do autor do livro e, na hora de ir embora, o chaveiro-escritor me disse: Vi que estavas olhando meu livro, leva esse para ver se te agrada. Ganhei o livro e o resto do dia.

Na sequência, fui almoçar no Rei da Picanha, lugar simples, que picanha mesmo quase não tem, mas PASMEM, o garçom usou um paninho branco - realmente branco - para limpar a mesa, com um produto que deixou o ambiente cheiroso. Depois ainda me trouxe a melhor farofa do mundo. Comida perfeita e, entre duas pessoas, deu menos de 10 reais para cada.

Antes de tudo isso acontecer, o zelador do meu prédio, às 8h da manhã, foi até a casa dele procurar uma chave reserva do meu apartamento, depois seguiu me ajudando nessa busca e, umas 10h, quando nos encontramos pela rua, atencioso, perguntou se eu tinha encontrado. O zelador é o mesmo que vem aqui, arruma tudo que precisa de elétrica, hidráulica, pintura e, quando pergunto o preço ele me diz: Ah, me dá só um trocado.

Lugares e pessoas como as que vivem e trabalho nesta região do Centro de Porto Alegre merecem inúmeros trocados por valorizarem o lado humano das relações.

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