quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Abaixo a fidelidade, a moda agora é engajar



Juliana Ramiro

"Porque aqueles que são suficientemente loucos,
que acreditam que conseguem mudar o mundo,
são aqueles que conseguem.” Think Different – Apple

A grama do vizinho sempre foi mais verde e continuará sendo. Sempre vai existir alguém mais bonito, mais inteligente, mais disponível, melhor de vida, com mais dinheiro. Hoje, o que sustenta as relações não é a fidelidade e sim a felicidade.

Enquanto um estiver feliz, este estará engajado, pois não arriscará sua felicidade. E essa decisão não é tomada apenas uma vez na vida, no grande momento do sim. A decisão se refaz todos os dias.

Cada dia ruim vai somando na balança, até que ela pende para o outro lado. Parece terapia de casal, mas estou falando de Branding 3.0. Na gestão 3.0, as marcas entenderam a necessidade de falar com o mercado, seus concorrentes mas, principalmente, com as pessoas, desenvolvendo o campo sócio-ambiental, isto é, a razão de ser e existir das marcas. Nisso, o cartão fidelidade ficou no passado, mas então, fica a pergunta: Hoje, o que conquista as pessoas?

Se desse, convocaria Steve Jobs para responder. Já ouviu falar da campanha “Think Different”, isto é Pense Diferente, da Apple? E do discurso de Jobs para os formandos da Universidade de Stanford, na Califórnia, em 2005, considerado o discurso mais marcante da história? Pois é, estes dois textos estão num arquivo escondido dentro dos computadores Mac. Duas mensagens inspiradoras para clientes que merecem mais do que um produto de qualidade, envolto de inovação.

O que conquista as pessoas? Boas histórias, diria Jobs. Histórias que possam ser contadas diariamente, que façam sentido, que sejam uma boa experiência e que façam as pessoas se sentirem parte de algo maior. Boas histórias não fidelizam ninguém, mas trazem felicidade. E isso engaja!



(Texto publicado originalmente no blog da bitconteudo.com.br)

 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Um papo sobre o Enem e o mimimi




Todo mundo apavorado com as notas na redação do ENEM e eu proponho que avaliemos os fatos. Como sempre, vou por itens:

1 - WatsApp, Facebook e etc têm mensagem de áudio e vídeo não por acaso.

2 - Zerar uma redação não diz da índole das pessoas, nem de suas capacidades reais. Conheço vários BONS profissionais que não sabem enviar um e-mail coerente e organizado. Também conheço ótimos cidadãos que não sabem nem assinar o próprio nome.

3 - Tem um pesquisador de educação que defende que qualquer tipo de prova só serve para mostrar o quanto alguém não sabe sobre determinado tema. E o que se sabe? Isso não interessa.

4 - Não tive acesso aos dados dessa pesquisa, talvez porque ela não exista. Então, para o povo que tá dizendo que os que zeraram a redação foram os mesmos que votaram na Dilma - Menas, bem menas, por favor!!!

5 - Não podemos esquecer do momento que vivemos. A valorização do errado. O CDF é o nerd, que não tem amigos e só é lembrado quando os demais precisam de cola. O popular da turma é sempre o que tira nota baixa, não faz o tema.

6 - Quem faz o ENEM, na sua maioria, são jovens. Qual o perfil de jovem que temos hoje? Tem cara com 40 anos que se diz jovem e ainda mora com os pais. Temos um "retardo" cultural-social. Não posso afirmar, mas posso suspeitar que muitos desses jovens que prestaram o ENEM foram pressionados pelos pais, professores e não entendem a importância do exame.

7 - Por fim, o calor. Fui convocada para fazer aquela prova que testa as faculdades e gera uma nota. Estava desgostosa com a indicação, dentro de uma sala sem ventilador, com minha pressão no pé. Terminei a prova 10 minutos depois do início. É possível que tenha zerado. Mas o que isso diz sobre o meu país, sobre a forma como vejo o mundo e o futuro que me espera?

8 - Por fim do por fim, parabéns para você que chegou até aqui. São poucas as pessoas que leem mais de 3 linhas de qualquer coisa. E isso não é burrice, nem falta de vontade, isso é reflexo da sociedade do imediatismo, da pós-modernidade, dos meios digitais, do excesso de informação, etc, etc, etc.

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