quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Um papo sobre o Enem e o mimimi




Todo mundo apavorado com as notas na redação do ENEM e eu proponho que avaliemos os fatos. Como sempre, vou por itens:

1 - WatsApp, Facebook e etc têm mensagem de áudio e vídeo não por acaso.

2 - Zerar uma redação não diz da índole das pessoas, nem de suas capacidades reais. Conheço vários BONS profissionais que não sabem enviar um e-mail coerente e organizado. Também conheço ótimos cidadãos que não sabem nem assinar o próprio nome.

3 - Tem um pesquisador de educação que defende que qualquer tipo de prova só serve para mostrar o quanto alguém não sabe sobre determinado tema. E o que se sabe? Isso não interessa.

4 - Não tive acesso aos dados dessa pesquisa, talvez porque ela não exista. Então, para o povo que tá dizendo que os que zeraram a redação foram os mesmos que votaram na Dilma - Menas, bem menas, por favor!!!

5 - Não podemos esquecer do momento que vivemos. A valorização do errado. O CDF é o nerd, que não tem amigos e só é lembrado quando os demais precisam de cola. O popular da turma é sempre o que tira nota baixa, não faz o tema.

6 - Quem faz o ENEM, na sua maioria, são jovens. Qual o perfil de jovem que temos hoje? Tem cara com 40 anos que se diz jovem e ainda mora com os pais. Temos um "retardo" cultural-social. Não posso afirmar, mas posso suspeitar que muitos desses jovens que prestaram o ENEM foram pressionados pelos pais, professores e não entendem a importância do exame.

7 - Por fim, o calor. Fui convocada para fazer aquela prova que testa as faculdades e gera uma nota. Estava desgostosa com a indicação, dentro de uma sala sem ventilador, com minha pressão no pé. Terminei a prova 10 minutos depois do início. É possível que tenha zerado. Mas o que isso diz sobre o meu país, sobre a forma como vejo o mundo e o futuro que me espera?

8 - Por fim do por fim, parabéns para você que chegou até aqui. São poucas as pessoas que leem mais de 3 linhas de qualquer coisa. E isso não é burrice, nem falta de vontade, isso é reflexo da sociedade do imediatismo, da pós-modernidade, dos meios digitais, do excesso de informação, etc, etc, etc.

Leia matéria do Jornal O Globo clicando aqui!

Um comentário:

Ana Johns disse...

Parabéns pelo texto!