Por Juliana Ramiro
Vira e mexe eu acho essa música nos meus guardados, e ela sempre balança comigo. A versão da Myllena ficou ótima. Arriscaria dizer que ela conseguiu deixar a canção melhor – para o meu gosto, claro.
A música já me fez pensar muito e de muitas formas. Desta vez, mais precisamente hoje pela manhã, fiz-me a seguinte indagação: até que ponto vale a pena ter um plano? Tudo na minha vida tem ou teve um mega plano. Um plano de ação, de palavras, de tempo, de espaço - como diz a velha frase: tudo friamente calculado.
E pra que? Pra vida me dar uma bela rasteira e me enviar um tweet, com MENOS de 140 caracteres dizendo: você pode planejar o quanto quiser, mas sou eu que te levo. #toma
Brincadeiras a parte, quanto tempo a gente perde planejando? Ou a gente planeja tanto que nem dá tempo de executar. Ou, pior, a gente planeja, planeja, planeja e quando um pequeno detalhe nos escapa, achamos que a operação entrou pelo cano.
Depois de muito tempo, a lição que tiro de todos os meus planos é que planejar dói. E eu sempre pensei que sofria quem não tinha um plano, quem tava perdido, arrastado pela maré das circunstâncias. Hoje, acho que os meus perdidos do passado são os que realmente entenderam o recado da vida e se preocupam apenas em viver o que ela lhes oferece. E agora a perdida sou eu, que fico tentando lutar contra algo que nem sei dizer ao certo o que é. Destino? Vida? Tempo? Razão? Caminho? Ordem? Desordem? Divino?
“Mesmo sem sentido ,sem motivo, sem qurer
Andei fazendo planos pra você
Pra você eu faço tudo e um pouco mais
Pra você ficar comigo e ninguém mais
Largo os compromissos
Deixo tudo ao lado
Você tenta em vão me convencer
Que é melhor não fazer planos pra você”
Em vão? Não mais. A partir de hoje meu plano vai ser não planejar tanto e viver. Tô com sede de vida e excesso de papeis rabiscados que, agora, depois da tal resteira, não servem pra mais nada.
Eu sei que mudar um comportamento é tão difícil como abandonar a sua origem, os detalhes de onde se veio. Mudar o que se tinha como o caminho correto é tão assustador como quando a gente tem medo e alguém nos olha nos olhos e diz: pula e confia. A idéia é tentar, ao menos chegar até o momento do pulo.
2 comentários:
Eu também prefiro esta canção com a Myllena. Ela chega mais 'leve' nos meus ouvidos.
Tanto já escutei essa música, essas palavras - 'mesmo sem sentido, sem motivo, sem querer - andei fazendo planos pra você...'
Acho que o problema não é os planos que fazemos para nós, mas o fato de planejarmos coisas que envolvem outras pessoas. Posso planejar comprar outro carro, um apartamento - e isso só vai depender do MEU trabalho e de um pouco de sorte (sempre depende de sorte também). Mas quando o plano envolve outra pessoa - aí minha friend - já era. O barco pode virar a qualquer momento - o plano pode ser sabotado no início, no meio ou no momento em que ele está prestes a ser colocado em prática. Como sempre as coisas ocorrem quando menos esperamos: BUM - mudança de planos - aquela mudança que não se desejava de jeito nenhum, mas que o outro (a), mudou para nós.
Somos sempre sabotados por nossas expectativas. E é impossível achar que conseguiremos parar de planejar. Planejar é sonhar - e sonhos são necessários.
Nossa força sempre permite que alinhemos novamente o foco - e que novos planos sejam o norte das nossas vidas.
Queria que a vida aceitasse tudo o que desejamos ... mas os planos da vida para nós sem sempre são os mesmos que temos.
Adorei o post - amo esta música!
Beijos, Juzita!!!
É, planejar com o outro é complicado, mas eu tenho problemas até em planejar pra mim.
E os sonhos, se eu quisesse parar de sonhar agora e pudesse, ainda teria sonhos pra no mínimo uns 200 anos. hehe sonhar demais também é complicado. Já que não consigo um equilíbrio, to optando por deixar meus planos e sonhos da estante e viver sem eles até quando conseguir. hehe
obrigada pelo comentário, Nanda.
Abraço.
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