Por Juliana Ramiro
Eu mudo os móveis de lugar.
Mudo o carro de vaga.
Mudo o discurso, o curso, o rumo.
Eu procuro uma saída.
Duas. Três. Já nem sei.
Olho para os lados.
Um pouco para trás.
Foco na frente.
Traço um caminho.
Uma linha reta.
Acrescento curvas.
Desníveis.
Subidas, descidas.
Idas e vindas.
Mudo de cor.
De sabor.
De dor.
Mantenho meu amor.
Mudo meu eu.
Crio. Recrio.
Invento. Reinvento.
Vejo que mudo tudo.
E sinto que mudo nada.
4 comentários:
Salve a capacidade humana de se adaptar a qualquer nova circunstância e, também, de conviver com aquelas coisinhas que não mudam nunca.
Beijo!
Sabe, foste a primeira que compreendeu um detalhe importante da minha poesia. Grande, prof.
bj bj
Obrigada pelo comentário!!!
Tem coisas que são crônicas! Estarão sempre ali sendo o preto ou o branco do dia. Coisas crônicas nem sempre são ruins. Tens, por exemplo - a crônica necessidade de escrever - e faz isso muito bem. Há essas coisas que não vamos mudar nunca e são elas que às vezes nos mantém ciente de onde estamos.
Adoro mudanças, mas adoro o meu lugar comum também. Um dia de 'puta' - outro de 'Madre Teresa de Calcutá' - como diria Caio.
Beijão!
Bela dica. hehehe
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