quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Urgente! Olhemos para dentro



Por Juliana Ramiro

Duas verdades da vida. A primeira delas é que a dor tende a nos deixar cegos. A segunda é que o sentimento de injustiça nos torna cada vez mais injustos. Parece estranho? Não é. Quando a gente perde alguém próximo, por uma fatalidade ou brutalidade tendemos a buscar culpados e sempre os achamos e, diante de tamanha dor e injustiça, porque a morte é sempre dolorida e injusta, traçamos nossos julgamentos, chegando, na maioria dos casos, a duas conclusão: o mundo não tem jeito, as pessoas não prestam.

Na semana passada um dado me fez refletir sobre isso. Li uma matéria na Super Interessante que o título era: Suicídio mata mais que homicídios, guerras e desastres naturais. O número mundial de pessoas que tiram a própria vida é de 883 mil por ano contra 699 mil vítimas. De fato as pessoas só podem estar prestando cada vez menos, ou pensando que não prestam e duvidando das chances de termos um mundo melhor. Tal hipótese validaria os números.

Hoje estamos cegos, injustos e rasos. A nossa dor é sempre maior que a do outro, assim, somos incapazes de oferecer a mão. Duvidamos das chances de um mundo melhor pois efetivamente não fazemos nada para isso. Jogamos para o outro uma responsabilidade que também é nossa. Ninguém fala em construir algo melhor, construir na primeira pessoa, ou construir no nós, no vamos.

Enquanto estamos pondo a culpa no governo corrupto, na malandragem das pessoas, na falta de escrúpulos, na ausência de respeito com o próximo, culpando assaltantes e assassinos de fazerem do mundo um mundo pior, pessoas a nossa volta tiram suas próprias vidas. Quem afinal é o vilão da história? Estamos tão preocupados com guerras, guerrilhas, ataques e esquecemos que nossas próprias mãos podem matar nossos próprios sonhos.

Pode parecer louco, mas pra mim faz todo sentido.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nenhum inimigo pode causar tantos danos quanto teu próprio pensamento!
Buda.