sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Meu Eu em Você

Por Juliana Ramiro

Mais um dia que uma música me faz viajar na vida, num sentimento. Victor e Léo, dupla sertaneja romântica, Meu Eu em Você. Podem dizer que eu sou brega, caipira, cafona, o que quiserem, o fato é que não monto meu playlist por artista ou estilo musical. Vou ouvindo tudo que posso e seleciono algumas canções pelo que elas me trazem - letras, ritmos, interpretações. Cada uma com seus pontos fortes e fracos. Peço que não tenham preconceito, sigam lendo... ouvindo... e depois digam se valeu ou não a pena.
Já tinha ouvido essa música outras vezes mas nunca escutado o que ela tinha pra me dizer. Sim, acredito que as canções têm sempre algo a nos dizer, e que não é numa primeira audição que conseguimos captar. Viagem minha ou não, destaco o grande final como a melhor parte.

“...Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada
Minha pequena, és minha amada
Eu sou o teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida, sou meu eu em você...”


Sentimento. Amor. Quantas vezes a pessoa que amamos é a nossa redenção, nos leva para o céu num abraço, e já no estante seguinte, numa briga, o nosso inferno, a nossa fonte de ira, de raiva. Passado um tempo, as mesmas mãos que empurraram, que apontaram a saída, que bateram a porta, voltam e se entrelaçam nas nossas costas nos devolvendo a calma, e, novamente, nos apontando o caminho do céu.
Como o amor é um sentimento complicado. E não há como negar que ele caminhe junto com um companheiro bem oposto. Tudo que sentimos quando nos dizemos amando, assim, do nada, some, deixando no lugar sensações muito contrária. Contraditório.
Contraditoriamente sublime é o amor. É sofrido e alegre, simples e ao mesmo tempo quase incompreensível. Alguém pode ser tudo pra gente, e a gente pensa que sem essa pessoa é impossível respirar direito, viver. E, ao mesmo tempo, sabemos que a tal pessoa não é nada demais, porque antes dela existir, existia vida, ar, luz, trajetória, existia história.

“Sou meu eu em você”

Juntos somos nós, mas quando eu for embora será que você será você de novo? Eu espero deixar algo de mim por onde passo e sempre trago algo do caminho.


2 comentários:

Anônimo disse...

Quando o amor vai embora, ele fica, de alguma forma. Geralmente nos traz a pessoa novamente em canções ouvidas a 4 ouvidos, em canções que foram ritmadas em um abraço, em canções que foram ditas ao pé do ouvido. Ao lembrar do amor que se foi - a saudade é outra, a alma não arde ... mas há saudade. O amor que sentíamos também já se foi, mas o que se vive, não morre nunca. Está sempre suspenso - porque os momentos e sonhos são jogados ao ar e permanecem na lacuna de uma vida. E um novo amor chega...e fica...preenche a vida, o pensamento, os momentos. Vamos acumulando amores, trazendo conosco um pouco de cada pessoa que amamos (ou pensamos algum dia amar).

Não acho nada brega em Victor e Léo nem em qualquer outro estilo. O que toca meu coração - não tem estilo. "Por um segundo" - desta dupla sertaneja, para mim - é um poema.

E viva nossa diversidade musical!

Beijo, Jú!

Juliana Ramiro disse...

Mais uma vez completando meu post.
Obrigada, Nanda.

"Vamos acumulando amores, trazendo conosco um pouco de cada pessoa que amamos (ou pensamos algum dia amar)."

PERFEITA TUA FRASE!